terça-feira, 21 de junho de 2016

A vida cigana

Imaginem as estradas precárias por onde transitavam suas carroças. Sujeito às condições climáticas, o comboio enfrentava a tormenta da chuva e do frio. As carroças eram tombadas pela fúria dos ventos, ou as rodas ficavam atoladas na lama. Crianças pequenas choravam, com medo da manifestação da Natureza; as mães ficavam temerosas pela integridade física dos pequenos; as mulheres grávidas, expostas aos acidentes; os mais idosos também igualmente permaneciam expostos. Contudo, todos acorriam no socorro à carroça acidentada.
Quantos partos foram feitos durantes esses momentos de tormenta! As parturientes contavam apenas com a destreza das mais velhas do clã. Tantos e quantos partos complicados foram vencidos, quando não pela destreza, foram-no pelas simpatias e orações feitas com fervor. A mesma situação era vivida por outros clãs em países distantes, que, dependendo da região, enfrentavam também a neve, no entando a situação em si não se diferenciava uma da outra.
Durante a calmaria, tudo era festa. Porém, tudo tem seu preço. Confrontando a visão poética da liberdade cigana, do povo ao redor da fogueira cantando e dançando, temos também a realidade das suas necessidades básicas, a exemplo da higiene. Normalmente, procuravam acampar próximo a rios, de onde podiam colher água potável para beber, cozinhar, tomar banho, lavar as roupas, etc. Entretanto, nem sempre era possível encontrar condições tão favoráveis. Acampavam, então, nos arredores de uma cidade. Nesse caso, precisavam recorrer à boa vontade à boa vontade dos moradores: batiam às portas das residências pedindo água potável e quando eram bem recebidos, enchiam grandes galões e os carregavam para o acampamento, porém era necessário economizar água. Quanto ao banho e às roupas a serem lavadas, a dificuldade era ainda maior, pois nem sempre os ciganos eram bem-vindos; o que é até compreensível, já que quando alguém permitia o uso do tanque de lavar roupas ou do banheiro para que tomassem banho, imagina o que acontecia. Todos corriam para a mesma casa. O que com certeza deveria ser extremamente desagradável para os seus moradores, pois era comum ouvir reclamações por parte destes, em relação ao alvoroço feito pelos ciganos.
Tais situações eram passageiras; o clima mudava, as carroças danificadas eram recuperadas e voltavam à estrada. A única dificuldade persistente, impossível de ser vencida, sempre foi o preconceito. Durante todos esses anos, os ciganos foram acusados de coisas absurdas. Entretanto, nunca se deixaram abater.

Livro: Ciganos, Rom – um povo sem fronteiras
Autor: Nelson Pires Filho.

domingo, 19 de junho de 2016

Ritual e utilidades do azevinho.

Azevinho (ou Azevim) é uma árvore ou arbusto ornamental do gênero Ilex. O azevinho é comumente usado para adornar igrejas e casas na época de Natal (EUA e Europa), e por isso é associado a cenas de boa vontade e alegria.
Este ritual deverá ser executado na noite de São João (24 de junho), e a faca a ser usada deverá ser virgem e de fino aço. O azevinho tem de ser apanhado à meia-noite em ponto. Ao cortá-lo, abençoe-o em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; depois é só levá-lo ao mar e passá-lo pelas sete ondas. Ao banhá-lo deverá rezar o credo por sete vezes, e com a mão direita vá fazendo cruzes em cima do azevinho. Quando for fazer qualquer ritual no mar, não esqueça de saudar as correntes de energias espirituais que governam o mar, é um território sagrado e merece muito respeito.

Utilidades do Azevinho
O azevinho atrai fortuna, e propicia caminhos abertos para negócios e felicidades. É um talismã poderoso, é usado para diversos fins, inclusive para obter sorte. Muitos comerciantes costumam pendurá-lo na entrada de suas lojas e todas a manhãs fazem uma oração em louvor a Deus e a seu talismã: "Deus te salve, azevinho, criado por Deus".

terça-feira, 7 de junho de 2016

Oferenda para saúde

Em uma sexta feira (só NÃO pode ser de lua minguante) cozinhe na pressão 1/2kg de canjica. O ponto é quando ela ficar bem mole. Reserve e espere esfriar, coloque ao lado um copo com água.
Escreva em um papel com caneta azul ou lápis seu nome de batismo completo, coloque a canjica e cubra tudo com algodão. No meio acenda uma vela de 7 dias, faça a oração de Oxalá e rogue a Ele sua saúde perfeita. Após 7 dias despachar embaixo de uma árvore bem bonita.

* O ideal é fazer essa oferenda antes das 18hs, não pode ser a noite.
* Você pode tomar um banho de 3 punhado de sal grosso, do pescoço pra baixo, pedindo que todo mal seja descarregado e levado pra bem longe e depois em seguida o banho da água da canjica (frio), desde cabeça, pedindo a Oxalá saúde, paz e vida longa.
* Deixe a oferenda no seu altar de umbanda, se não tiver deixe em um lugar tranquilo de sua casa.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

"Àwọn Ìyámi Àjẹ́ – Minhas Mães Feiticeiras"

Àjẹ́ é como são conhecidas as feiticeiras em território Ioruba (Nigéria), também chamadas de Ẹlẹ́yẹ (Senhora do Pássaro) e “carinhosamente” de Ìyámi (Minha Mãe), maneira apaziguadora de se referir as feiticeiras.

 

No Brasil tem existindo grande confusão em relação à Ìyámi Òṣòròngà (Divindade Senhora das Feiticeiras, também chamada de Ìyámi Àjẹ́ e Ìyámi Ẹlẹ́yẹ), Ìyámi Ayé (Divindade Terrestre) e principalmente as Àjẹ́ (Feiticeiras), o termo ioruba ÌYÁMI (que literalmente quer dizer MINHA MÃE) é um termo utilizado para referir-se a diversas energias, e é ai onde mora o perigo e resulta nesta enorme confusão encontrada hoje no Brasil, pessoas se declarando Àjẹ́, iniciando-se em Ìyámi e até entrando em transe de algo que desconhecem e inúmeras outras coisas absurdas.

 

Na Nigéria o culto a Ìyámi Òṣòròngà, consequentemente o culto de Àjẹ́ (feiticeira) e Oṣó (feiticeiro), é secreto e muito restrito a iniciados e as pessoas que são pactuadas nesta energia, e as mesmas não saem declarando isso aos quatro ventos, como ocorre no Brasil. Existindo inclusive, famílias de Ifá na Nigéria que não aconselham a iniciação de pessoas neste culto.

 

Hoje em dia no Brasil, com a grande disseminação da religião Wicca (religião que respeito bastante), muitas pessoas querem ser bruxas e bruxos e isso acaba percutindo de uma maneira negativa dentro de nossa Religião (Ẹ̀sìn Ìbílẹ̀ Yorùbá), pois, as pessoas acreditam que basta ser iniciado (raridade) ou pactuado no culto a Ìyámi Òṣòròngà e já podem sair por ai se declarando Àjẹ́ = bruxas e Oṣó = bruxos.

 

Aos incautos, desejo apenas cuidado...

 

Espiritualmente falando, as Àjẹ́ e Oṣó pertencem ao grupo dos Àjògún, guerreiros que lutam contra o homem e prezam o equilíbrio do Universo, liderados por Èṣù e Ìyámi Òṣòròngà, energias que só devem ser cultuadas por aqueles que possuem equilíbrio, que não é o caso de muitos aqui no Brasil e limites, para que amanhã não acabem tornando-se o alimento destas energias (espíritos).

 

Essas energias vieram ao mundo pela primeira vez, através do Odù (signo de Ifá) Ọ̀sá méjì (Ọ̀sá Ẹlẹ́yẹ), na cidade nigeriana de Ọ̀tà, Ògún State, Nigéria.

 

Quando encarnadas, possuem forças espirituais fabulosas, passando a serem respeitadas e muito temidas pela sociedade. Deixando claro que, uma Àjẹ́ de verdade, dificilmente declara-se.

 

Ìyámi Àjẹ́ são energias que, até mesmo os mais sábios sacerdotes (mẹ̀gùn) ou magos (ọlọ́ògùn) experientes possuem cautela ao manipularem.

 

Encontramos três tipos de Àjẹ́, assim como Oṣó (o masculino delas).

 

Àjẹ́ funfun, feiticeiras ligadas ao àṣẹ funfun (branco), são as menos perigosas, mais “sensatas” e proporcionam proteção aos seus, mas deixo claro que, também MATAM, mesmo que seja para proteger.

 

Àjẹ́ pupa, feiticeiras ligadas ao àṣẹ pupa (vermelho), completamente letais, capazes de causarem doenças, epidemias e grande derramamento de sangue, até a uma comunidade ou família inteira, matam de maneira muito dolorosa.

 

Àjẹ́ dúdú, feiticeiras ligadas ao àṣẹ dúdú (preto), as mais TEMIDAS, trabalham na madrugada e levam a morte certeira, aos incautos, mais uma vez, CUIDADO...

 

Quando encarnadas essas forças não se prendem a laços emocionais com ninguém, nem mesmo aos próprios filhos ou entes queridos. Participam de sociedades secretas, sabem transformar seus espíritos em pássaros e vão até a casa de seus inimigos ou de inimigos dos outros promoverem males e se “alimentarem”.

 

A todos aqueles que gostam de manipular a energia de Ìyámi Àjẹ́ (Ìyámi Òṣòròngà) e de seu séquito = àwọn àjẹ́ (feiticeiras), como se fossem brincadeira de criança, simplesmente para mostrar poder e gerar temor nos outros, cuidado...

 

Elas são completamente insensíveis e dolorosas...

 

Por Hérick Lechinski (Ọlọ́jòlá Ejòtọ́lá)

 

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"Cultuar Ọ̀bàrà no dia 06/06, certo ou errado?"

É uma tradição de inúmeras Casas de Candomblé (Ilé Àṣẹ) e seus adeptos, fazerem festas, homenagens e oferendas para Ọ̀bàrà méjì (Odù), todo ano no dia 06/06. 

 

Mas pergunto a todos estes que realizam essas “comemorações”, de onde veio esta tradição, qual é a origem dela? 

Isso é certo ou errado?

 

Para podemos chegar a uma explicação conclusiva se isso é correto ou não, temos antes que ter o conhecimento de alguns temas. O primeiro deles o que é ou são Odù’s?

 

Odù’s são “signos” de Ifá. São “capítulos” de uma Tradição Oral Nigeriana, chamada e conhecida por IFÁ. Em alguns ìtàn’s (relatos antigos, sagrados e orais desta Tradição Cultural) esses Odù’s são personificados, mas é algo simplesmente simbólico, e acredito-me, é o que gerou a grande confusão na cabeça de algumas pessoas (alguns sacerdotes e adeptos do Candomblé), que passaram a acreditar que os Odù’s são Divindades, assim como os Òrìṣà. E no Brasil, criou-se o hábito de “assentar” os Odù’s, principalmente Ọ̀bàrà (por acreditarem que o mesmo traz riqueza e prosperidade), fazer oferendas, festas e etc., há alguns Odù’s que certos sacerdotes dizem que é até melhor “despachar”. Mas temos que deixar claro que: essas concepções são totalmente ERRÔNEAS.

- Odù’s não são Divindades iguais aos Òrìṣà.

- Não se “assenta” Odù’s, assim como se “assenta” os Òrìṣà.

- Não devemos alimentar Odù’s, muito menos despacha-los.

Outra coisa, os Odù’s são em um total de 256, 16 primários (Mẹ́rìndínlógún Odù Àgbà) e 240 secundários (Ọmọ odù) e nosso Ano possui apenas 12 meses, e ai? 

Como fazemos?

Só festejaremos até o 12º Odù?

Bem complicado isso né?

Para deixar mais complicado ainda e mostrar que essa comemoração é infundada, vamos lá, Ọ̀bàrà (méjì) na ordem de senioridade de Ifá, ocupa o 7º lugar e não o 6º, então, se realmente existisse uma comemoração para o mesmo, algo que não existe dentro de sua tradição original, o mesmo deveria ser comemorado no sétimo mês do ano e não no sexto.

E mesmo assim, continua a pergunta, se são 256 Odù’s e apenas 12 meses, como faríamos com os outros?

A resposta mais tradicional para essa pergunta é: NÃO FARIAMOS. Não festeja se ou comemora-se Odù.

 

Odù’s são também configurações oraculares, utilizadas nos oráculos sagrados dos Iorubás e dos Fons, em oráculos como Ikin Ifá, Ọ̀pẹ̀lẹ̀ Ifá e Mẹ́rìndínlógún Ifá (Jogo de Búzios).

 

Ọ̀bàrà (Méjì) não é apenas o Odù da prosperidade, é também o Odù que fala de mentira, traição, miséria, inveja, e outras negatividades. Através deste “signo”, se assim podemos descrever, falam inúmeros òrìṣà, como Èṣù, Ọbàtálá, Ṣàngó, Ọ̀ṣọ́ọ̀sì, etc., então, o que seria correto é alimentarmos estes Òrìṣà, dentro deste Odù, ou seja, pelas indicações deste Odù. Isso é o correto de acordo manda a tradição original.

 

As pessoas que fazem oferendas e festas a Ọ̀bàrà, estão na verdade alimentando Èṣù e algumas vezes Ọ̀ṣọ́ọ̀sì. E dizendo que é Ọ̀bàrà.

 

Se o leitor for até alguma Casa de Religião Iorubá (Ìṣẹ̀ṣe) ou Religião Afro-brasileira (Candomblé) e falarem que você deve assentar Ọ̀bàrà para ter prosperidade ou dar oferendas para o mesmo, procure outra casa, com certeza o sacerdote desta casa não conhece o que é Ọ̀bàrà. Existe sim, oògùn (magias, medicinas, preparados) que são feitos dentro deste Odù e ficam em nossa casa para que nos gere prosperidade, mas não são assentamentos (Ojúbọ, Àmì Òrìṣà), são oògùn (medicinas, magias, amuletos).

 

Bom caro leitores, acredito que depois desta explanação, podemos concluir perfeitamente que: NÃO COMEMORA-SE Ọ̀BÀRÀ no dia 06/06 (Seis de Junho). Ọ̀bàrà não é uma Divindade, também não é um Èṣù. Ọ̀bàrà é um “signo” de Ifá. Uma configuração oracular. O capítulo de uma Tradição Oral Iorubá, que narra inúmeros mitos antigos (ìtàn’s).

 

Espero com este pequeno artigo, ter contribuído para a finalização deste costume infundado existente no CULTO A ORIXÁ NO BRASIL.

 

*Artigo de minha autoria, publicado na Revista (online) Falando de Axé, Edição Maio e Junho de 2012.

 

Por Hérick Lechinski (Ọlọ́jòlá Ejòtọ́lá)

Leia mais: http://m.religiaotradicionalioruba.com/news/cultuar-%e1%bb%8d%cc%80b%c3%a0r%c3%a0-no-dia-06-06%2c-certo-ou-errado-/

domingo, 5 de junho de 2016

Oração ao Cigano Iago

Meu querido protetor cigano Iago,
Tu que ès um homem valente e guerreiro.
Ès a força ancestral cigano, ès poder.
Ès a sabedoria no caminhar a cada noite e a cada dia.
Que seu punhal forte e certeiro me proteja de toda maldade espiritual e terrena.
Iago, cigano guerreiro não deixe que meus inimigos possam me prejudicar e nem tramar contra mim.
Tu que ès meu amigo protetor, não deixe de trilhar nenhum dia ao meu lado,
Que com sua ajuda a minha fé não esmoreça durante a batalha.
Que tu sejas meu advogado nos caminhos da vida.
Dai a mim sua calma para agir, sua sabedoria para superar os obstáculos e a sua proteção onde quer que eu vá.
Amado Iago, eu lhe ofereço essa vela para que evoluas no mundo espiritual,
A chama desta vela para que possa crescer a minha força intuitiva cada vez mais.
Que a minha intuição seja despertada a cada nascer do sol e a cada anoitecer da lua.
Ofereço essa água e esse vinho por um pacto que firmo contigo.
Ofereço este incenso para que purifiques o meu altar, a minha Ófisa, a minha casa e a minha vida.
Eu te peço que os meus pedidos (fazer os pedidos) sejam atendidos.
Assim seja, Arriba Cigano Iago.

Oração a cigana Sulamita

Ó minha grande amada cigana Sulamita,
Ès uma linda flor que desabrocha ao amanhecer,
Ès um espírito de luz,
Ès a lua cheia que clareia a minha mente para que eu possa dar um conselho na hora certa.
Ès o espírito que me ilumina, me dando sabedoria e em todos os momentos e me mostrando o caminho certo e hora para agir.
Ès a gitana que me dá forças pra superar os meus medos e os meus obstáculos.
Ès a estrela magnífica que guia a minha caminhada nessa vida.
Ès uma energia maravilhosa que a todo o instante estás a me proteger e me guardar de tudo aquilo que é ruim, e me guiar para tudo aquilo que é bom.
Ó Sulamita, com sua positiva energia estás sempre transmitindo a força que eu preciso.
Sempre que aflitamente eu te invocar, que você possa me aconselhar e me transmitir a sua força, energia, tranquilidade e paz.
Que ao olhar a chama de uma vela, possa eu sentir a sua presença.
Que ao tocar um cristal, possa eu sentir que estás comigo.
Querida Sulamita, cobre-me com sua saia colorida e me esconda dos invejosos e perseguidores.
Que com o seu encanto eu possa atrair coisas boas, saúde, paz, felicidade e prosperidade.
Com o poder do Sol e da Lua.
Sulamita, eu ofereço essa vela para que evoluas no mundo espiritual,
A chama desta vela para que possa crescer a minha força intuitiva cada vez mais.
Que a minha intuição seja despertada a cada nascer do sol e a cada anoitecer da lua.
Ofereço essa água e esse vinho por um pacto que firmo contigo.
Ofereço este incenso para que purifiques o meu altar, a minha Ófisa, a minha casa e a minha vida.
Eu te peço que os meus pedidos (fazer os pedidos) sejam atendidos.
Assim seja, Arriba Sulamita.

Oração a Nanã Buruque

Saravá minha mãe Nanã Buruque, Salubá!
Senhora dos pântanos, rainha das profundezas, mãe de tudo que é ancestral.
Nós que carinhosamente lhe chamamos de vovó, pedimos vossa bênção e proteção.
Eu venho pedir-lhe (fazer os pedidos), que  a senhora possa dar a mim se for de meu merecimento.
Acima de tudo, proteja-me.
Dê-me a consciência de que eu sou a continuação de tudo aquilo que já existe e que tenho a força de meus ancestrais.
E que por isso vencerei.
Não deixe mãe, que nem o mal, nem as pragas cheguem até a mim.
Assim seja, saravá umbanda.

Oração a Obaluaie

Saravá meu pai Obaluaiê, Atoto Ajiberú!
Querido pai da vida e da riqueza.
Eu venho a vós humildemente e com todo respeito, senhor, lhe pedir (fazer os pedidos).
Ó grande Obaluaiê, se meus pedidos forem injustos e não merecidos, não me puna pai, por favor.
Não deixes que caia sobre mim a sua ira.
Mas de a mim o que for de meu merecimento.
Senhor da terra e do dinheiro, Pai de todo o aiê.
Que as suas bênçãos me livrem de todos os males.
De todas as dores, de todas as doenças, de todas as pestes, moléstias e perseguições.
Ilumine pai, a minha vida, minhas consciências e que sua justiça seja sempre a minha companheira.
Assim seja, saravá umbanda.

Oração a Iemanjá

Saravá minha mãe Iemanjá, Odoiá!
Filha da senhora dos mares, sereia que se embala nas ondas.
Como é belo o seu canto, minha senhora, quem escuta chora.
Óh mãe das águas e princesa dos oceanos.
Mãe dos rios, dê-me sucesso, progresso e vitória em meus caminhos.
Abra meus caminhos no amor, cuida de mim Odoiá Divina Rainha.
Que a tristeza se afaste de mim e que as águas sagradas do oceano lavem minha alma e meu ser.
Abençoa mãe, a minha família e os meus amigos, permitindo que o amor seja nossa maior fonte de energia.
Sou suas águas e é a senhora quem rege o curso dessas águas.
Iemanjá em ti confio.
Assim seja, saravá umbanda.

Oração a Iansã

Saravá minha mãe Iansã, Eparrei!
Rainha do tempo, senhora dos raios, mãe dos ventos e soberana das tempestades.
Que a sua força se faça presente em minha vida.
Cuida de mim, poderosa e imbatível senhora, afasta de mim os perturbadores, os espíritos maus e ruins.
Como sua espada de cobre me defenda, abra meus caminhos e me proteja contra meus inimigos, invejosos e opositores.
Que eu esteja protegido por nove ventos do meu lado esquerdo e nove ventos do meu lado direito.
Por nove ventos nas costas e nove ventos sobre a minha cabeça.
Salve a sua força e seu poder.
Grande guerreira do tempo.
Que eu alcance os meus objetivos (fazer seus pedidos) com a sua ajuda e graça.
Assim seja, saravá umbanda.

Oração a Oxóssi

Saravá meu pai Oxóssi, Okê Odé!
Caçador das matas e senhor da vida silvestre.
Neste momento pai, sou sua flecha, sou a força do seu arco, sou tudo que ès: a agilidade e a sabedoria.
Faça de mim um soberano caçador, uma pessoa de sucesso e que haja fartura em minha casa.
Dai a mim sua sabedoria para agir, paz para construir meus ideais e força para seguir sempre.
Oxóssi, rei das matas, da lua e do céu azul.
Que eu seja leve como o pássaro que voa, livre como o cavalo que corre, forte como o Iroko nas matas e direto como sua flecha pai.
Que eu vença e seja feliz sempre.
Assim seja, saravá umbanda.

Oração a Ogum

Saravá meu pai Ogum, Ogum iê!
Salve poderoso senhor do ferro e do aço.
Ó grande vencedor de demandas.
Venho a vós humildemente, pedir que dê a mim a sua bravura e valentia.
Para que eu consiga atingir os meus objetivos.
Ogum, guerreiro vitorioso, vencedor do mal.
Meu pai, com sua espada de aço e sua lança de prata, abra os meus caminhos.
Me livre de tudo que seja mal, limpa a minha cabeça, minha alma, dê-me seu axé grandioso orixá.
Para que eu consiga com a sua ajuda (fazer os pedidos).
Pelo poder do ferro e do aço.
Por Ogum eu venço, venci e sempre vencerei.
Assim seja, saravá umbanda.

Oração a Xango

Saravá meu pai Xango, kauô Kabiesile!
Deus do fogo e do trovão, senhor da justiça divina.
Olhe para mim pai, com seus olhos justos e benditos.
E não permita que meus inimigos me façam mal, nem no corpo e nem na alma, que nenhuma injustiça me abale.
Salve o senhor do machado sagrado, pelo seu oxé eu peço (fazer os pedidos).
Faça-me forte como as rochas que governa.
Puro de alma e coração.
Deposito em suas mãos a minha confiança e, sendo assim, sei que com sua magnitude intercerás por mim.
Proteja-me, ó senhor do fogo e da vida, para que meu ser seja a própria vida de seu amor e de sua justiça.
Assim seja, saravá umbanda.

Oração a Oxum

Saravá minha mãe Oxum, ora ieieo!
Salve dourada senhora da pele de ouro.
Benditas são suas águas, e essas mesmas águas lavam meu ser e me livram do mal.
Oxum, Divina Rainha, bela orixá.
Venha a mim caminhando na lua cheia, e traga-me em suas mãos mãe, os lírios do amor e da paz.
Torna-me doce, sedutora e suave como ès.
Mamãe Oxum, me proteja.
Faça com que o amor seja constante em minha vida.
Que eu possa amar a tudo e ser amada por todos.
Proteja-me contra as mandingas e feitiçarias.
Dai a mim o néctar de sua doçura e que eu consiga (fazer o pedido).
Mãe do ouro, da beleza e do amor.
Senhora do mais puro axé, valei-me hoje e sempre.
Assim seja, saravá umbanda.

Oração a Oxalá

Saravá meu Pai Oxalá, Epa Babá!
Pai Supremo do Órum.
Eu te chamo rei dos reis, para que por tua glória e por tua bondade, o Senhor me abençoe e me proteja.
Pai de tudo que é bom e claro, que minha vida seja clara e repleta de luz, que nunca me falte sorte, saúde e paz.
Pai, me faça compreender, aceitar, mudar e nunca julgar.
Dai-me paciência e resignação para superar qualquer dor e qualquer dificuldade.
Cubra-me com teu Alá e dê a mim o que for de meu merecimento.
Obrigado Pai, Criador de todos nós.
Assim seja, saravá umbanda.

Credo Umbandista

Creio em Olórum, Onipotente e Supremo.
Creio nos Orixás, Espíritos Divinos que nos trouxeram para a vida por vontade desse majestoso Pai.
Creio nas Falanges Espirituais orientando os homens na vida terrena.
Creio na reencarnação e na justiça Divina seguindo a lei do kharma.
Creio na comunicação dos Guias Espirituais, encaminhando-nos para a caridade e a prática do bem.
Creio na invocação, pra prece e na oferenda como atos de fé.
E creio na Umbanda, como religião redentora, capaz de nos levar pelo caminho da evolução até o nosso glorioso Pai Olórum.
Glória a Olórum, Glória a Oxalá,
Glória aos Orixás e as entidades trabalhadoras da seara umbandista.
Assim seja,
Saravá Umbanda.

sábado, 4 de junho de 2016

Pai Nosso Umbandista

Pai nosso que estais nos céus, nos mares, nas matas e em todos os mundos habitados.
Santificado seja o teu nome, pelos teus filhos, pela natureza, pelas águas, pela luz e pelo ar que respiramos.
Que o teu reino, o reino do bem, do amor e da fraternidade, nos una à todos e a tudo que criastes, em torno da sagrada Cruz, aos pés do divino salvador e redentor.
Que a tua vontade nos conduza sempre para o culto do amor e da caridade.
Dai-nos hoje e sempre a vontade firme para sermos virtuosos e úteis aos nossos semelhantes.
Dai-nos hoje o pão do corpo, o fruto das matas e a água das fontes para o nosso sustento material e espiritual.
Perdoa Pai, se merecermos, as nossas faltas e dai o sublime sentimento do perdão para aqueles que nos ofenderam.
Não nos deixeis sucumbir, ante a luta, dissabores, ingratidões, tentações dos maus espíritos e ilusões pecaminosas da matéria.
Envia pai, um raio da tua divina complacência, luz e misericórdia para os teus filhos pecadores que aqui labutam, pelo bem da humanidade.
Assim seja.
Saravá Umbanda!