quarta-feira, 8 de abril de 2020

8 de Abril - Dia internacional dos ciganos.


8 de abril, dia Internacional do "povo cigano" (Romá)...

Se você é um admirador desta etnia e sua cultura, ajude na luta e na preservação da mesma, como? Não disseminando informações errôneas sobre este povo que é tão discriminado, incompreendido e marginalizado...

E seja consciente que, quando falamos de "ciganos" (um exônimo para o povo romá), não estamos falando dos "Espíritos Ciganos" que baixam em terreiros de Umbanda ou nas "famosas Tsaras Gitanas", mas sim de um povo que luta pelo seu reconhecimento junto à sociedade...

#ciganoNÃOÉRELIGIAOéetnia

sábado, 7 de março de 2020

Santa Sára, a História Sagrada, por Sibyla Rudana...



No Delta do Rhône, entre o mar e a lendária Camargue existe uma pequena cidade cujo nome tem origem na antiguíssima história das Santas Marias Jacobé e Salomé.

A história desta cidade é contada sobre os fatos que ocorreram no começo de nossa Era, pelos anos 44 e 45. Uma frágil embarcação vinda da Terra Santa chega ao Sul da atual França, exatamente no campo romano “l’oppidum Ra”. Mais tarde, a antiga cidade foi engolida pelo mar.

Dada às perseguições cristãs fomentadas por Herodes Agrippa, alguns discípulos de Jesus foram colocados numa barca sem remos, sem velas, sem provisões, em represália à fidelidade a Cristo. Entre estes supliciados estavam: Maria Salomé, mãe dos discípulos Tiago, o Maior e João; Maria Jacobé, irmã ou prima da Virgem Maria; Lázaro e suas irmãs Marta e Maria Madalena; Maximino e Sidônio, o cego de Jericó.

Conta a tradição que a serva Sara se junta ao grupo. Quando a barca avança, ela suplica que a levem. Um milagre a fez chegar até o barco. Sobre o manto que Maria Salomé atirou nas águas para auxiliá-la, Sara caminha e alcança a barca.

Existem muitas lendas e outras tantas versões dos fatos. Para alguns, a viagem foi feita numa galera que fazia o caminho rotineiro entre a Palestina e a Europa.

A vida de Sara também possui outras tantas crenças que influenciaram decididamente em sua conversão ao Cristianismo, e ela Sara, mais tarde, passaria a ser sua serva.

Para outros, Sara era egípcia, foi uma abadessa ou freira de um convento da Líbia, ou ainda descendente dos Atlantes.

Os ciganos a veneram com o nome de Sara, a Kali, que significa a força cigana de pele morena. Kali é o nome de uma deusa negra indiana venerada no Sul da Índia.
Princesa ou serva, a doce Sara guarda até hoje o seu mistério.

Maria Jacobé ou Maria Salomé já idosas permanecem no lugar de chegada em companhia de Sara. Os companheiros de viagem se dispersam e partem para evangelizar a Gália.

Por Sibyla Rudana

- Fonte:
RUDANA, Sibyla. Os Mistérios de Santa Sara, o Retorno da Deusa pelas mãos dos Ciganos. Rio de Janeiro: Portais. 1998.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Dukkerni Jessyka Rayanna


"É inútil evitar as respostas cruéis,é inútil embaralhar as cartas.Não adianta, as cartas são sinceras e não mentem jamais!
Se, no livro do céu, a tua sina está escrita,embaralha e corta sem temor,
pois a carta, na tua mão, alegre será e muita felicidade anunciará.
Mas se deves morrer,
se a palavra temível tiver sido escrita pela sorte,
mesmo que recomeces vinte vezes,
a carta impiedosa sempre repetirá: morte!
Sempre, sempre igual: morte!"
embaralha e corta sem temor,
pois a carta, na tua mão, alegre será e muita felicidade anunciará.
Mas se deves morrer,
se a palavra temível tiver sido escrita pela sorte,
mesmo que recomeces vinte vezes,
a carta impiedosa sempre repetirá: morte!Sempre, sempre igual: morte!"- Texto: Terceiro ato da ópera Carmen, do compositor francês Georges Bizet


- Foto: Dukkerni Ìyáwọlé Jessyka Rayanna praticando Dukkeripen - Lila Romani (Cartomancia Cigana)

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Elixir Cigano do Amor


1 pequena toalha branca.
1 vela branca.
1 taça com água de rosas.
1 incenso de rosas.
1 quartzo-rosa (pequeno e limpo energeticamente).
1 garrafa (pequena) de água mineral.
3 ramas de canela.
3 colheres (sopa) de mel.
1 punhado de pétalas de rosas de jardim cor-de-rosa ou 1 fava de baunilha.

Em uma noite de sexta-feira e de Lua Cheia, vá até um local fora da sua casa, onde possa avistar a Lua e não ser interrompido. Em cima de uma superfície, ou no chão mesmo, estenda uma pequena toalha branca, acenda a vela ao lado direito, coloque a taça com a água de rosas ao lado esquerdo, acenda o incenso ao lado direito e coloque o cristal ao lado esquerdo, então evoque o poder da Lua, pedindo a mesma que lhe traga um amor verdadeiro. Depois de fazer suas suplicas, faça o segundo passo, coloque para ferver, de preferência em um tacho de cobre, a água, o mel e as três ramas de canela, deixe ferver até engrossar, quando engrossar acrescente as pétalas de rosa branca ou a fava de baunilha e desligue, quando a vela terminar, acrescente à esta mistura a pedra de quartzo rosa, e beba antes de dormir, imaginando e pedindo seu amor perfeito.

*A mulher não pode estar menstruada para fazer esta poção e nem deve mentalizar alguém específico e sim as características que deseja que seu futuro amor possua.


Hérick Lechinski (Chovihano Chuhuryézo Krái)

As nove plantas mágicas dos ciganos

ARTEMÍSIA:
Usa-se toda a planta. Serve para os rins (em chás), fígado, febre e digestão difícil.

ALHO:
O bulbo. Rins, expectorante, estimula o apetite e cura o resfriado. Ativa a função sexual.

BARDANA:
Usa-se a raiz. Diurético, cura doenças venéras.

BOTÃO-DE-OURO:
Raiz. Laxativo e cura resfriados.

DENTE-DE-LEÃO:
Reumatismo, irritação, dá novas forcas.

GENGIBRE:
Raiz. Diarréia, gripe, febres e bronquites.

MANDRÁGORA, MARAVILHA DO MUNDO, PLANTA DA FEITIÇARIA:
Fazem-se bonecos (vodu).

HORTELÃ:
Toda a planta. Cura resfriados, calafrios, febres, vômitos e náuseas.

PIMENTÃO:
O fruto. Faz-se feitiço de amarração e é um bom tônico.

Fonte:
A astrologia dos ciganos, Maria Helena Farelli.

Incensos e suas funções astrais


Madeira: Para abrir caminho
Almíscar: Para favorecer os romances
Jasmin: Para o amor
Lótus: Paz e tranquilidade
Benjoim: Para proteção e limpeza
Sândalo: Para estabelecer relação com o astral.
Mirra: Incenso sagrado usado para limpar após os rituais e durante eles e também usado quando vai se desfazer alguma demanda ou feitiço.
Laranja: Para acalmar alguém ou o ambiente.
Fonte: Rituais e mistérios do Povo Cigano, Nelson Pires Filho.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Dia Internacional da Lembrança do Holocausto Povo Cigano.

Dia Internacional da Lembrança do Holocausto
Povo Cigano - E a eterna luta contra o preconceito.

Hoje, 27 de janeiro, é uma das datas onde são lembradas as exterminações de milhões de pessoas, durante o Holocausto, pela Alemanha Nazista, onde ao menos meio milhão de CIGANOS foram cruelmente mortos.( 27/01/45 foi quando o Exército Vermelho libertou Auschwitz, o maior e mais terrível campo de extermínio dos nazistas).  Há inclusive a data de 2 de agosto (Dia Internacional em Memória ao Holocausto Cigano), onde são lembradas mais especificamente estas exterminações . O texto abaixo falará principalmente dos ciganos.

Mulheres, idosos, homens e crianças foram torturados, perseguidos e mortos, apenas por serem ciganos. Os livros lembram apenas os judeus, que também sofreram demais, mas normalmente omitem sobre a população cigana. Haviam campos de concentração, em que os ciganos sabiam que estavam para perecer, mas, contam alguns históriadores, que os ciganos cantavam e dançavam, para distrair suas crianças e morrer de acordo com sua maneira de viver, sempre alegres, cantando e celebrando.

O tratamento desumano, as terríveis experiências médicas, as câmaras de gás e os crematórios, e outros tantos horrores cometidos pelos alemães nestes campos de concentração, supomos suficientemente conhecidos por todos. Estima-se que 500 mil de ciganos foram assassinados pelos nazistas. Os números exatos nunca serão conhecidos, mas todos os documentos provam que os judeus não foram as únicas vítimas da perseguição racista pelos nazistas. A única diferença é que o holocausto judeu, e com justa razão, até hoje sempre costuma ser relembrado e não faltam memoriais para lembrar isto, inclusive em Auschwitz. O holocausto cigano, no entanto, costuma ser varrido debaixo do tapete, costuma ser simplesmente ignorado ou esquecido, como algo de menor importância, ou pior ainda como algo que nunca aconteceu, e praticamente não existem monumentos que lembram o holocausto cigano.

A II Guerra Mundial terminou há pouco mais de meio século. Centenas de milhares de judeus receberam indenizações do governo alemão, e o povo judeu recebeu uma Pátria nova (Israel 1948). Os ciganos nunca foram indenizados e nunca receberam nada, sob a alegação de que foram perseguidos e exterminados não por motivos “raciais”, mas por serem associais e criminosos comuns; outros tiveram seus pedidos de indenização negados porque não conseguiram apresentar os testemunhos necessários.

O famoso Tribunal de Nuremberg, instituído pelos ‘aliados’ logo após a II Guerra Mundial para condenar europeus que cometeram crimes contra a Humanidade, concentrou suas atividades em crimes contra judeus, mas não há registro de criminosos de guerra condenados por crimes cometidos contra ciganos. Inúmeros judeus – e com toda a razão – tiveram oportunidade para apresentar seus depoimentos e suas denúncias, mas nenhum cigano foi convocado ou aceito para depor ou para denunciar.

Ainda hoje o holocausto cigano é pouco conhecido do grande público. Também em documentários e em comemorações das vítimas do holocausto nazista, ou em monumentos construídos em sua homenagem, sempre são lembrados apenas os judeus, e nunca os ciganos. Pelo contrário, mesmo depois da guerra os ciganos continuaram sendo discriminados da mesma forma, ou talvez até pior do que antes. Atualmente, no entanto, em livros e revistas que tratam do holocausto, está se tornando ‘politicamente correto’ falar não apenas dos judeus, mas também dos ciganos, enquanto também o número de livros e artigos que tratam do assunto está aumentando sempre mais.

Mesmo depois da guerra, os ciganos continuaram sendo discriminados da mesma forma, ou talvez até pior do que antes. Principalmente nos círculos policiais, todas as antigas ideologias e imagens anti-ciganas continuaram existindo, pelo que nada mudou também nas atitudes anti-ciganas, excluindo-se apenas o genocídio. Os ciganos continuaram pessoas indesejadas e odiadas em toda a Alemanha. Até vários dos assim chamados ‘ciganólogos’ alemães continuaram publicando ensaios nitidamente anti-ciganos.

Daí porque a imprensa não se cansa de noticiar incêndios de residências ciganas e outras violências contra ciganos e contra outras minorias étnicas em vários outros países europeus, cometidas por neo-nazistas, skinheads e outros grupos ultra-direitistas, ou a repatriação forçada, pelo Governo, de milhares de ciganos para seus países de origem. Na Europa de hoje, apesar das belas recomendações pró-ciganas da União Européia, a vida dos ciganos ainda é muito difícil, e os tradicionais preconceitos e as centenares discriminações continuam existindo, fortes como antes.

Infelizmente, a Europa e o mundo todo,ainda tem enorme preconceito com a população cigana e mesmo alguns países não matando diretamente os mesmos, o fazem de variadas formas, seja com repressão e violência policial, seja os renegando à miséria e total abandono do Estado. Seja fazendo com que bairros inteiros sejam demolidos (Turquia), ou com alguns sendo expulsos de países (como fez a França). Outros proíbem os ciganos de circular livremente nas cidades (Itália). Além destes, há muitos casos de preconceito extremo e casos de violência policial, de grupos extremistas ou da própria população. Incluindo o próprio Brasil, onde há diversos relatos e ocorrências contra o povo cigano.

É chegada a hora das pessoas, dos governos, das entidades não governamentais, das intituições religiosas e de Direitos Humanos, passarem a olhar com mais atenção o povo cigano. Entender seus costumes, suas necessidades de moradia, de saúde, de educação e entender que a grande beleza do mundo está nas diferenças culturais que fazem deste planeta um lugar tão cheio de possibilidades de conhecimento e vivências.

Que possamos, ciganos e não ciganos, sempre lembrar que acima da nacionalidade, cor da pele ou costumes, somos todos irmãos e filhos do mesmo Deus.
(Rodrigo Lutfi Coimbra) -
Fonte: site: Descontruindo o Nazismo